O Parkinson é uma doença de manejo relativamente difícil, pois o
gerenciamento da doença implica numa periódica adequação de doses de
l-dopa, o medicamento protagonista de quase todos os tratamentos, essa
periodicidade pode ser a cada ano, a cada 2 anos, ou até mais, varia
caso a caso. Digo isto pois o gerenciamento se dá desde a primeira
tomada até o fim a vida, para sempre.
Afora a medicação, que alivia os sintomas explícitos, motores, há os sintomas não motores, como a depressão, por exemplo. Esta não sei se precede a doença ou é parte dela, na fase sintomática. Cada um tem manifestações gerais distintas, embora no aspecto sintomatológico o Parkinson se manifeste através de sinais comuns, juntos ou não, como tremores, rigidez corporal e lentidão de movimentos. O arsenal de medicamentos basicamente é o mesmo para todos os “Parkinsons”. É uma doença sorrateira, que vai se instalando de forma sutil, imperceptível num primeiro momento, tanto que seu diagnóstico, clínico, é feito por exclusão, e difícil em fases precoces. Não existe em nosso meio, pelo menos por aqui no RS, nenhum exame, seja por imagem, sangue, ou qualquer outro meio, que possibilite a um médico afirmar, de modo taxativo que uma pessoa tenha Parkinson na fase pré sintomática. O diagnóstico no início da fase sintomática é feito por exclusão e com base nos sintomas motores apresentados, por neurologista com experiência com Parkinson. Ou seja, tu fazes vários exames de imagem do cérebro e descartando as hipóteses possíveis, o médico conclui que é Parkinson. Costumo dizer que o diagnóstico é mais ou menos assim: É um pássaro, é um avião? Não. É Parkinson!
Afora a medicação, que alivia os sintomas explícitos, motores, há os sintomas não motores, como a depressão, por exemplo. Esta não sei se precede a doença ou é parte dela, na fase sintomática. Cada um tem manifestações gerais distintas, embora no aspecto sintomatológico o Parkinson se manifeste através de sinais comuns, juntos ou não, como tremores, rigidez corporal e lentidão de movimentos. O arsenal de medicamentos basicamente é o mesmo para todos os “Parkinsons”. É uma doença sorrateira, que vai se instalando de forma sutil, imperceptível num primeiro momento, tanto que seu diagnóstico, clínico, é feito por exclusão, e difícil em fases precoces. Não existe em nosso meio, pelo menos por aqui no RS, nenhum exame, seja por imagem, sangue, ou qualquer outro meio, que possibilite a um médico afirmar, de modo taxativo que uma pessoa tenha Parkinson na fase pré sintomática. O diagnóstico no início da fase sintomática é feito por exclusão e com base nos sintomas motores apresentados, por neurologista com experiência com Parkinson. Ou seja, tu fazes vários exames de imagem do cérebro e descartando as hipóteses possíveis, o médico conclui que é Parkinson. Costumo dizer que o diagnóstico é mais ou menos assim: É um pássaro, é um avião? Não. É Parkinson!
A sutileza com que a doença se instala é outro aspecto digno de nota.
Inicialmente temos uma dificuldade em aceitar o diagnóstico, seja pela
forma como é dado, sem nenhum elemento quantitativo que nos leve à
convicção e pelo fato de que nossa cabeça continua a mesma. O Parkinson
logo que diagnosticado, nas fases iniciais e intermediárias e mesmo
avançadas, não interfere nas tuas ideias, digamos assim. Tu manténs uma
perfeita lucidez e isto contrasta com o controle corporal, que
lentamente vai reduzindo. Inicialmente os sintomas motores, como os
tremores, a rigidez e a lentidão se manifestam. Ao longo do tempo tu
começas a ter dificuldades para caminhar, depois tu passas a sofrer
quedas que podem levar a vários problemas graves como fraturas por
exemplo. Esse processo se desenvolve ao longo dos anos, e como é uma
doença degenerativa e progressiva, ela avança, à tua revelia.
O grande problema é que gostaríamos de ter mecanismos que atrasassem ou
impedissem esta progressão. E isto não existe de forma cabal. Inexistem
remédios ou cirurgias que façam isto. A atividade física é tida como um
obstáculo à progressão da doença, e deve ser praticada, particularmente
alongamentos, que combatem a rigidez. Outra solução paliativa é a
cirurgia dbs, que pode ajudar no controle sintomático da doença.
Há uma tendência, a longo prazo, de haver a instalação de um processo
degenerativo demencial. Isto implica em fazer exercícios cerebrais, que
atrasem e/ou dificultem a demência. A fala é outro aspecto que é
prejudicado pelo avanço da doença, demandando terapias de
fonoaudiologia. A voz vai ficando fraca e enrolada, dificultando o
entendimento do ouvinte. A alimentação necessita de ajustes, visto que o
principal medicamento, a l-dopa, que é absorvida pelo duodeno, compete
na absorção, com as proteínas animais, implicando numa dieta isenta de
laticínios, carnes e afins.
Outro sintoma, que se manifesta desde o período pré sintomático motor é
a prisão de ventre. Ela deve ser combatida, pois como já dito, o
duodeno deve estar livre para a absorção da l-dopa. Intestino livre,
l-dopa ativa. O sono prejudicado é outro fator atinge o parkinsoniano e
deve ser controlado, normalmente através de medicamentos.
O futuro nos reserva algumas novidades, particularmente na área de
medicamentos, como o Rytary (nome nos EUA). Trata-se de l-dopa de
liberação prolongada, isto é, seu uso pretende eliminar os períodos de
“on/off” a que estamos submetidos ao terminar a dose de l-dopa. Estes
“offs” se dão de modo geral a cada 2 horas e meia. No entanto tal
medicamento ainda não chegou ao Brasil e acredita-se estar em fase de
aprimoramento nos EUA. A vacina da austríaca Affiris, que vai combater a
agregação da alfa-sinucleína no espaço das sinapses neuronais, que
impedem a dopamina de atuar é outra promessa, esta para 2016.
Enfim, a doença de Parkinson é complexa e o combate à ela exige um
tratamento multidisciplinar. Na medida que a doença avança a autonomia
do doente diminui, levando este a necessitar de cuidadores. Para estes
existem manuais, sendo recomendado o português Manual do Cuidador da
APDPk nas partes que competem ao Brasil. Importante no combate à doença é
manter o ânimo e não se deseperar. Grupos de apoio são fundamentais.
Sejam formais ou informais.
Por Hugo E. Gutterres, secretário da APARS, Engenheiro Civil pela UFRGS,
Engenheiro de Segurança do Trabalho pela PUC-RS, 59 anos, diagnóstico
aos 43, dbs aos 52.
Em 27/03/2015.
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